Sobre ser uma mulher de 30 anos, viajar e viver um relacionamento

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Faz um tempo que recebo muitas perguntas do tipo: e o coração? Como você faz para viajar e namorar? Ao contrário que a maioria pensa eu até quero (e tento) namorar, mas alguns relacionamentos que vivi não sustentaram espíritos tão livres como o meu. É preciso desprendimento para se relacionar com pessoas que almejam o impalpável. Claro, que existe uma parte de mim que nega qualquer tipo de relacionamento mais profundo e que vive fugindo de tudo aquilo que me prenda em uma rotina.

Viajar e namorar

Fui criada em uma cidade do interior, rodeada de amigas que sonhavam em casar e ter filhos. Ao contrário delas sempre quis conhecer o mundo, estava envolvida com projetos sociais, buscava vários caminhos espirituais e trocava qualquer baladinha para acampar aos pés de uma cachoeira. Nunca acreditei que a liberdade feminina tivesse prazo de validade, e quando fiz 30 anos estava feliz da vida, viajando sozinha pela Europa sem me preocupar com o peso social de “ser uma mulher de trinta e solteira”.

Tive pouquíssimos relacionamentos sérios (e nenhum oficialmente assumido), mas vivi inúmeras e intensas histórias de amor com muitos amores da minha vida, mesmo que esses durassem apenas uma noite.

Uma vez acordei e decidi que estava pronta para assumir um relacionamento. Me abri para a pessoa com quem já estava algum tempo e ele não quis, sem mais delongas. Seguimos sendo amigos e não fiquei morrendo de amores me culpando por um relacionamento que não deu certo. Direcionei minha energia para outras situações e continuei vivendo intensamente cada momento, pois sabia que em breve estaria partindo, mais uma vez. Talvez se ele tivesse dito “sim”, tudo estaria diferente… nunca saberemos. Sei que é preciso esforço para estar junto de outra pessoa, mas penso que não seja deva ser um sacrifício e sim um prazer de descobrir com o outro novas possibilidades. Não quero um relacionamento impossível ou perfeito, quero estar com alguém para aprender e compartilhar; respeitando a individualidade e o tempo de cada um.

Não imagino como será quando alguém chegar disposto a viver essa história comigo. A única certeza é que enquanto ele não aparece, sigo caminhando, me transformando e aprendendo com meus erros e acertos; pois desde pequena eu sei que a minha felicidade só depende de mim. ♥

Brasiliense, turismóloga, blogueira, mulher medicina, admiradora das brincadeiras populares e dos simbolismos étnicos. Sol e lua em sagitário, adora banana, cachoeiras, rios e mar. Não viaja sem seus óleos essenciais, não recusa um convite para dançar e acredita que o abraço cura.

6 COMENTÁRIOS

  1. Que texto maravilhoso, Cris!! Amei!!! Parabéns!!
    Estou chegando a 30 tb com esse sentimento…muita vontade de ME viver intensamente!!

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