Conheça a Ilha do Cardoso, conhecida como a Ilha do Amor

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Junte o mar calmo de Barra Grande — Bahia, com as montanhas ao fundo de São Luis do Paraitinga — São Paulo, os botos, as árvores e os rios da Amazônia, o bate coxa do forró do Espírito Santo, a cachaça à la Minas Gerais e voíla: Ilha do Cardoso. Sim… a carinhosamente apelidada por muitos como “Ilha do Amor” é um mix de tudo isso.. e muito mais!

O Parque Nacional da Ilha do Cardoso fica no extremo litoral sul do estado de São Paulo, cerca de 300km da capital paulista e também cerca de 300km da Ilha do Mel, Paraná. Um lugar tranquilo, que ainda preserva a simplicidade que é (e deveria ser?) a vida. Luz elétrica? Só gerador, das 20h às 2h. Sinal de celular ou internet? Seja lá qual for sua operadora, esqueça. Se você decidir passar um dias por lá, comece com o desapego desde já.

Para chegar à Ilha do Cardoso você deve ir até a cidade de Cananéia e de lá pegar uma embarcação:

  • Lancha rápida – Cerca de uma hora – R$50,00 reais por pessoa em média (mínimo 4).
  • Barca (escuna) – Cerca de 3 horas – R$25,00 reais em média por pessoa.

Aconselho a barca pois o trajeto têm paisagens de tirar o fôlego.. parece que estamos entrando em outra dimensão. Os botos cinza sempre dão um show a parte durante o caminho. Além disso já dá para começar a fazer novas amizades no barco ao som de uma música boa, que sempre rola.

Ilha do Cardoso

Com quase 90% de território protegido, a Ilha do Cardoso têm oito praias: Itacuruçá, Ipanema, Cambriú, Fole Pequeno, Foles, Lage, Marujá e Pontal (foi lá que fiquei na primeira vez… lindo, inóspito, meu, seu, da areia, das estrelas, dos siris e de Iemanjá.

No réveillon passado, de 2014, revolvemos ficar “no miolo”: Marujá. Marujá podemos dizer que é a praia mais ‘badalada’ (Lê-se aqui: mais de um bar e algumas opções de hospedagem com camas) da ilha. É lá que encontra-se uma maior quantidade de pousadinhas (diárias em torno de R$40,00 por pessoa com café) e campings (em torno de R$25,00, também por pessoa) e um forró arretado (muitas vezes sequenciado de maracatu, após os geradores desligarem). Você vai encontrar de um lado de Marujá um mar limpo e infinito, com uma praia de areia que não chega a ser branca, mas sempre muito limpa (o pouquíssimo lixo que se encontra caminhando na praia é orgânico ou então que o mar trouxe). Ao fundo, vê-se montanhas e um céu azul anil. E nada além disso. Não há bares, quiosques, casas, prédios, pessoas falando no celular… nada. Portanto não se esqueça de levar um guarda-sol, um boné/chapéu e um belo filtro solar! O sol de lá castiga.. acredite!

Se você andar até o canto esquerdo da praia encontrará uma bica de água potável (e geladíssima!!) e a entrada para uma das diversas trilhas que se dá pra fazer por lá (sempre use com calçados fechados e acompanhado de guias credenciados – o agendamento é feito no centro de visitantes que também fica em Marujá). No lado oposto ao mar você terá o rio, juntamente com alguns bares que servem uma cervejinha gelada, ostras frescas, porções de peixe fresco e muita gente de bem. Gente como a gente. Gente que conversa, que conta história, que canta, dança, pinta e borda! Gente que escuta e gente que fala… gente que pode começar tímida… mas depois fala pelos cotovelos! Neste lado de Marujá tem dois bares que são os ‘points’. Um deles mais para o canto esquerdo da vila, que normalmente rola uma sonzera durante a tarde e tem um gramadão sensacional ao redor pra um forrózinho, yoga, meditação, cochilo e o que mais você achar que dá pra fazer em um gramado. Este bar fica na beira do rio e bem pertinho de um dos decks.. E quando não tem barco chegando ou saindo, vira plataforma de pulo da galera!

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Ilha do Cardoso

A noite o bar do Beto (mais ao centro do vilarejo) é O lugar pra suar a camisa e tomar a famosíííííssima Cataia. Cataia é uma árvore cujas folhas são retiradas e ficam curtindo em aguardente (que leva o nome da planta). Fica arretada! Alguns dizem ser alucinógena (pra mim é papinho de quem extrapolou nas doses e fez o que queria, mas talvez achasse que não devia! Haha). Dizem também que a Cataia dá um certo “ânimo” a mais.. assim como amendoim, catuaba, ostras.. se é que me entendem. hehehe “Lendas” ou não, a cachaça é boa! Desce macia e deixa um gostinho peculiar na boca… A cachaça é tão famosa na ilha que até uma banda, de pessoas que se conheceram lá, leva seu nome. As músicas mais famosas [cuja galera suuuurta quando tocam] são Boiadero, Ciranda e Caboclo Véio. Eles sempre tocam na Ilha, e tive o prazer de curti-los novamente no réveillon 2014/2015. A galera manda bem… um mix de forró, samba, mpb, baião, côco, rock, maracatu.. é puro amor! Tocaram uma ciranda linda que me faz arrepiar de lembrar a energia que estávamos todos naquele círculo infinito, logo nas primeiras horas do ano (Gratidão cataieros! Foi show!).

Quando fiquei no Pontal alugamos uma casa e tivemos que levar muuuita coisa. Da outra vez, optamos por ficar em uma pousada em Marujá. Café da manhã e jantar inclusos… foi lindju! Pousadinha simples, com 6 quartos compartilhados, 4 banheiros, uma área para refeições e a cozinha do staff. Não nos arrependemos nem um segundo! Tudo sempre muito limpo e a comida é de-li-ci-o-sa! Um feijãozinho de mãe mesmo, sabe? Além disso tem um super gramado na frente, e alguns Chapéus-de-sol (árvore) que fazem uma sombra incrível para uma siesta depois das refeições ou pós praia.

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Deu aquela coceirinha pra conhecer a Ilha do Cardoso? Aqui vai mais algumas dicas:

    • Ilha do Cardoso, leve repelente e leve sem falta! O de passar no corpo e também algum outro para ambientes. Sugiro aqueles espirais verdinhos fedidos que os pernilongos odeiam (e a gente também!) para colocar no quarto quando for dormir. Como não há luz elétrica, não há ventiladores na grande maioria das pousadas. Então com certeza você não vai querer (leia-se conseguir) dormir de janela fechada ou mesmo com a telinha para insetos.
    • Protetor / Boné / Guarda-sol – Já falei lá em cima, mas vale a pena reforçar! Itens tão importantes quanto o repelente.
    • Água mineral – Leve! A água da ilha não é muito apropriada para consumo e pode gerar um belo piriri para quem não está acostumado (serve para o gelo também, fiquem atentos!). Água mineral, assim como a cerveja, é bem carinha… e no calor que faz não há água que vença!
    • Caixa térmica ou isopor – Apesar de ser bem difícil (e caro!) encontrar gelo na ilha, sugiro que leve caso queira levar bebida, salva uns belos trocados ao menos uma noite na gandaia.
    • Laricas e comidinhas: Biscoitos, castanhas, salgadinhos, frutas, barrinhas de ceral, etc etc etc. Como já disse, há poucas opções de restaurantes na ilha.. e a grande maioria não serve porções ou ‘miudezas’ além da refeições até às 18h. E não é todo dia que a gente quer comer comida, né? Estes itens salvam!
    • Lanterna/Velas – Não há luz na Ilha do Cardoso, lembre-se! Mesmo durante o período em que os geradores estão ligados, entre um lugar e outro é completamente breu. Não se esqueça de levar uma lanterna (por mais vagabunda e fraca que possa ser), por que salva!
    • Há um telefone comunitário na Ilha. Ligações a cobrar custam R$1,50 – 5 minutos.
  • Amor. Muito amor. Pra dar, vender, doar, esquecer, levar e trazer! Aproveite!! ♥
Brasiliense, turismóloga, blogueira, mulher medicina, admiradora das brincadeiras populares e dos simbolismos étnicos. Sol e lua em sagitário, adora banana, cachoeiras, rios e mar. Não viaja sem seus óleos essenciais, não recusa um convite para dançar e acredita que o abraço cura.

3 COMENTÁRIOS

  1. Para o feriado do Carnaval acha conveniente ou muita gente ? poderia dar o contato da pousada ?

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