Para o dia das mulheres, uma carta para os homens

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Hoje é o dia das mulheres, mas quero falar com vocês, homens.

Quero lhes pedir que não interrompam minha fala quando vão falar a mesma coisa que estou dizendo. Não me considere “seu brother” por atitudes que julga como masculinas; também somos parecidos e nem por isso sou um homem. Não julgue minha capacidade de conseguir fazer ou não alguma coisa porque sou mulher. Capacidade e competência são indiferentes de gênero. Não defina qual é o melhor trabalho para mim. Não estranhe se quero viajar sem meu companheiro, não nasci grudada nele. Não me peça para tirar o batom vermelho ou diminuir o decote, se me sinto confortável assim. Não pense que quero fazer sexo com você porque estou sendo legal contigo. Também não estou “disponível” porque escolhi viajar sozinha. Saiba que gosto de sexo tanto quanto você. E por isso, posso transar com quem e quantos quiser. Não sou sua mãe para cuidar de você e nem a mulherzinha “bela, recalcada e do lar”. Não preciso ser magra, com cabelos lisos, com unhas feitas e depilada apenas para te agradar. Não fale do meu cabelo crespo e nem me chame de “Joãozinho” por meu cabelo curto. Não preciso pintar meus cabelos brancos e nem esconder minhas rugas. Não olhe para meus peitos enquanto estiver falando com você e não fale da minha bunda na reunião de trabalho. Não me faça sentir vergonha do meu corpo e nem me compare com outras mulheres. Tão pouco questione as minhas escolhas de intervenção do meu corpo, faço por mim. Não me chame de louca ou histérica, quando não conhece os meus ciclos. Vocês nunca saberão como a lua me afeta. Não confunda lutar por meus direitos com “mimimi”. Não me julgue quando fui vítima, nunca! Não me diga o que fazer com o meu útero, não me condene por ser mãe solteira ou “sola”. Não me faça sentir medo ou querer desviar do meu caminho quando te vejo com seu grupo de amigos. Não me agrida. Não abuse de mim. Não tire o meu prazer. Não me mate por eu ser mulher.

Cara, não vou te vangloriar por compreender meu tempo, por respeitar meus “nãos” ou por escutar minhas falas, é o mínimo que você faz. Mas quero que saiba, que não quero ser superior à você, luto por igualdade. Não é sobre ditarmos regras e sim, falar sobre as exceções que vivemos.

Brasiliense, turismóloga, blogueira, mulher medicina, admiradora das brincadeiras populares e dos simbolismos étnicos. Sol e lua em sagitário, adora banana, cachoeiras, rios e mar. Não viaja sem seus óleos essenciais, não recusa um convite para dançar e acredita que o abraço cura.

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