Conheça as obras de Gaudí em Barcelona

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“Para fazer as coisas bem, é necessário: primeiro o amor, depois a técnica.” Essa frase que parece servir para tudo na vida é atribuída à Gaudi, o arquiteto Catalão que apesar de não ter deixado obra escrita, tem seus pensamentos conhecidos por frases em uma pequenina e específica cultura oral, cultuada por seus colaboradores, resistindo aos nossos dias.

Gaudí arquiteto apaixonado, nunca teve como objetivo a pureza do estilo, preferia experimentar a mescla e se inspirava em formas frequentes na natureza, como a hiperboloide e a helicoide, padrões que podem ser vistos em sementes, fungos, no cair de uma semente voadora… Formas que valem a pena buscar e encontrar as correlações com escadas e tetos em Gaudí. Por outro lado, é impossível ignorar as influências mouras, góticas e as técnicas antigas catalãs de forjar o ferro.

Em Barcelona entre as obras mais visitadas, com certeza, estão as de Gaudí. Apresentamos em um pequeno guia algumas obras relevantes do gênio catalão, para serem visitadas em um passeio, sem compromisso com o tempo ou para ser escolhido pontualmente e agilizar as visitas.

Casa Vicens (1883-1888) – Carrer de les Carolines, 20

A primeira casa desenhada por Gaudí está aberta para visitação desde 2017. Maravilhosa e mudéjar (estilo artístico e arquitetônico, que aparece nas obras cristãs realizadas pelos muçulmanos), por fora parece um palácio das Mil e Uma Noites. 

Por que entrar? Uma explosão de cores e ladrilhos, tetos incríveis, detalhes para todos os lados e pinturas decorativas nada obvias.

Horário de funcionamento: diariamente, das 10h às 19h (verifique os horários no site porque tem algumas mudanças em determinadas datas)
Ingresso: 16€
Site oficial: casavicens.org

Foto: site oficial

Palau Güell (1886-1889) – Carrer Nou de la Rambla, 3-5

O palácio construído para o amigo e mecenas Eusebi Güell fica em uma rua tão estreita de Barcelona, que alguns passam despercebido. Mas para os aficionados, os dois portões da entrada são a manifestação de algo especial. Daí é se afastar um pouco e olhar para cima, e pronto, aquelas chaminés incríveis e uma torre cônica com agulha decorada na ponta com cara de Sagrada Família.

Por que entrar? Uma abóbada indescritivelmente bela, em um pé direito magnífico, cheia de aberturas causando um efeito de luz, de maneira divina onde só faltam anjos cantando. Uma espécie de jardim surreal no telhado, colorido e revelador, além dos móveis da casa, de um modernisme art nouveau completamente diferentes. 

Horário de funcionamento: terça a domingo

  • 1 abril a 31 outubro: das 10h às 20h (encerramento da bilheteira às 19h)
  • 1 novembro a 31 março: das 10h às 17h30 (encerramento das bilheteira às 16h30)

Ingresso: 12€
Site oficial: palauguell.cat

Foto: Montserrat Baldomà © Diputació de Barcelona
Foto: Montserrat Baldomà © Diputació de Barcelona
Foto: Montserrat Baldomà © Diputació de Barcelona

Casa Battló (1904-1906) – Passeig de Gràcia, 43

Um edifício com fachada ondulante! É impossível não notar as colunas que parecem patas de elefante, sempre imagino o que as pessoas no começo do século XX achavam dessa edificação, momento Vanguarda na cabeça. Do lado de fora é possível passar uma hora inteira admirando a fachada e escolhendo qual bichinho serve para descrever os elementos que a compõem.

Por que entrar? Sem dúvida ver o teto ondulante, a falta de linha reta para resolver todo um espaço, inclusive portas e mais uma vez, um telhado deslumbrante.

Horário de funcionamento: 9h às 21h (última entrada às 20h)
Ingresso: 25€ Casa Battló
Site oficial: casabatllo.es

Bellesguar (1900-1909) – Carrer de Bellesguard, 20

Símbolo da Catalunha, uma casa de campo digna de um nobre, parece uma relíquia do século passado. Possui uma escala simpática e delicada e a bela Torre Bellesgard, torre cônica com uma cruz transversal na agulha, um símbolo de Gaudí.

Por que entrar? Por causa da distinção em relação ao resto da obra, apesar de não ser exatamente de vanguarda, reflete muito a personalidade do arquiteto nacionalista catalão, além de claro, tetos com texturas maravilhosas e esse trabalho com ferro forjado tão catalão e tão Gaudí.

Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 15h (última entrada às 14h30)
Ingresso: a partir de 9€
Site oficial: bellesguardgaudi.com

Foto: site oficial
Foto: site oficial

Casa Milà (1906-1910) – Provença, 261-265

Quando a Casa Milà foi inaugurada recebeu a alcunha de La Pedrera. Uma construção sem igual ou parecida no mundo possui fachada orgânica ao mesmo tempo suave e bruta. Do lado de fora, os parapeitos de ferro das varandas são intrigantes.

Por que entrar? conhecer as chaminés e as aberturas de ventilação, uma floresta de formas surreais, esculturas únicas, com uma ordem prática de melhorar a saída do ar, além de ter uma vista de cima de Barcelona.

Horário de funcionamento:

  • 1 de março a 3 de novembro: segunda a domingo das 9h às 20h30 / 21h às 23h
  • 4 de novembro a 28 de fevereiro: das 9h às 18h30 / 19h às 21h

Ingresso: a partir de 22€
Site oficial: lapedrera.com

Parque Güell (1904-1914) 

Guando Gaudí iniciou o parque, não havia vestígio de parque, sem nascentes, o terreno árido e nada de vegetação. Apesar de ser hoje um refúgio verde, quando o seu mecenas Eusebi Güell encomendou o grande projeto, ambicionava fazer ali um bairro modelo, uma cidade-jardim de Gaudí, mas apenas dois lotes foram vendidos e o próprio gênio arquiteto foi morar lá. Uma obra monumental que entrou na paisagem urbana de Barcelona, um passeio imperdível com várias pequenas atrações, quase que uma síntese de aspectos de ordem práticas e efeitos estéticos de Gaudí. Imperdível, obrigatório.

Por que visitar? Sabe aquele dragão enfeitado de mosaico que todos tiram fotos? É lá. Aliás, é possível começar toda uma coleção de mosaicos no parque, são muitos, são adoráveis e coloridos. Mas os atrativos são de um parque, obras que parecem moradas de fadas, mais tetos ondulantes, lugares para o ócio total e perspectivas intrigantes. Além de todo o verde, mesclados com as cores dos mosaicos que são fascinantes! 

Horário de funcionamento: no inverno e verão os horários são diferentes, verificar no site: horários
Ingresso: 8,5€
Site oficial: parkguell.cat

Autor desconhecido
Foto: @lgasensi

Sagrada Família (1883- ) – Carrer de Mallorca, 401

Imponente construção acompanhou toda a vida do gênio Gaudí, mas era feita com dinheiro de doações, em um momento pós Primeira Guerra, ele próprio foi de porta em porta arrecadar fundos. Quando iniciou a Sagrada Família já expressava seu interesse por construções religiosas, e durante todo o trabalho estudava não só arquitetura religiosa como a liturgia em si.

O curioso dessa obra eram a falta de planos ou desenhos técnicos, tudo era criado antes ou durante a construção! Portanto a construção se transformava bastante. Suas torres são vertiginosas, e são doze (como os apóstolos), as galerias podem acolher algo como mil e quinhentas pessoas no coro, mas setecentas crianças e quatro órgãos, além de que as paredes contam histórias, é afresco por todos os lados com trechos da história antiga do cristianismo, mas principalmente da Sagrada Família, Maria, José e Jesus.

É um catecismo de pedra, gigantesco, emocionante. E inacabado. Antes de falecer, Gaudí vivia para a obra e a religião, ao contrário da sua maneira na juventude se vestia incrivelmente simples e sem apelo, quase um monge, totalmente desapegado da vida mundana. Tanto que foi atropelado por um bonde e ficou uns muitos minutos sem ser acudido, depois houve resistência de taxistas em levá-lo ao hospital, pois fora confundido com indigente. Hoje a cidade é vigiada pelos campanários da catedral, símbolo de Barcelona.

A obra já dura 133 anos e a previsão de conclusão será para 2026. A torre central quando concluída terá 150 metros de altitude, e se tornará a maior igreja da Europa.

Por que entrar? Porque é a emblemática Sagrada Família de Gaudí, apenas. 

Horário de funcionamento:

  • novembro a fevereiro: 9h às 18h
  • março e outubro: 9h às 19h
  • abril a setembro: 9h às 20h

Site oficial: sagradafamilia.org

Brasiliense, turismóloga, blogueira, mulher medicina, admiradora das brincadeiras populares e dos simbolismos étnicos. Sol e lua em sagitário, adora banana, cachoeiras, rios e mar. Não viaja sem seus óleos essenciais, não recusa um convite para dançar e acredita que o abraço cura.

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