Economia compartilhada: novos padrões de consumo para um mundo melhor

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Já ouviu a expressão economia compartilhada?! A Geração Y ou geração do milênio é conhecida por ser desapegada, por não desejar ter a casa própria. São conhecidos também por serem super antenados, engajados com causas sociais e facilmente adaptados à novas tecnologias. Dão mais valor à experiência do que à propriedade. Logo, são esses jovens (e jovens adultos) que estão transformando os padrões de consumo do modelo capitalista e de relacionamento com as marcas e empresas em todo o mundo.

Você já deve ter ouvido falar do serviço de motorista, Uber; ou o BlablaCar, um aplicativo de caronas compartilhadas. Também já deve ter visto o site de hospedagem em casas e apartamentos de moradores locais, o Airbnb. Esses são exemplos de sucesso de economia compartilhada. Serviços e produtos que resolvem as dores dos consumidores das grandes cidades e que influenciam o surgimento de novas empresas com a mesma proposta. Muitos desses serviços tem como foco o bem estar social, longe do tradicional objetivo de apenas se obter lucro e posse, esses negócios geram enormes transformações na sociedade.

Esse modo de consumo colaborativo está a cada dia mais presente nas cidades. Por aqui, no Brasil, é fácil identificar uma iniciativa que deu certo: a bicicleta compartilhada. Esses points de bikes (Banco Itaú, entre outros) disponíveis em áreas de grande circulação de moradores e turistas. O passageiro baixa o app no celular, por um valor acessível, e pode usar a bicicleta por algum tempo (1 hora, 2 horas), e depois a devolve na estação mais próxima. Em cidades onde o sistema de transporte público é fraco, ou onde não há vagas de estacionamento suficientes, a exemplo de Brasília, moradores locais usam as bikes para se locomover para o trabalho e na hora do almoço.

Outra ideia de economia compartilhada que vem se consolidando no Brasil, assim como em outros países, são os espaços de coworking. A burocracia e o alto investimento para abrir um negócio, alugar um sala, são enormes. Os escritórios compartilhados resolvem esse principal problema, oferecendo infraestrutura, salas de reunião e treinamento, serviços de secretaria, telefone, equipamentos (impressora, projetor, internet, etc). A proposta vai além disso, também são lugares para realizar networking, compartilhar ideias, aprender coisas novas e parcerias para negócios, captar trabalhos, ideal para quem é autônomo, empreendedor, startupeiro e pequeno empresário(a).

No Brasil temos 378 espaços ativos de coworking, com destaque para São Paulo, Rio e Minas Gerais (com maior número deles), com uma média de 57 coworkers (clientes). De acordo ainda com a pesquisa realizada pela Movebla e Ekonomio, 30% desses ambientes funcionam 24 horas por dia! Consegue imaginar? Curiosamente, 26% são pet friendly e 92% organizam eventos com frequência.

Economia compartilhada - Foto: Guilherme Tettamanti do blog Quero Viajar Mais
Foto: Guilherme Tettamanti do blog Quero Viajar Mais

Falando em coworking, recentemente abriu em São Paulo, um grande ambiente compartilhado do Google. Onde qualquer pessoa pode frequentar, e principalmente os interessados em tecnologia, educação, marketing, negócios, startups. Por lá acontecem eventos, cursos, e é claro, existe a oportunidade de conhecer pessoas diferentes com múltiplos talentos e habilidades em um ambiente descolado.

O fato é que em tempos de crise, o brasileiro enxerga no empreendedorismo uma saída para o desemprego e alternativa de renda, é por isso que alcançamos o número de 6 milhões de micro emprededores individuais (MEI) formalizados, de acordo com o Sebrae. Os produtos e serviços de qualidade, compartilhados, são essenciais para esses novos empresários(as), pois são eles que precisam e conseguem absorver melhor essas ideias de imediato.

Há exemplos de consumo colaborativo para o momento de lazer. O serviço de assinatura de filmes e series, Netflix, já caiu no gosto de milhares de pessoas, jovens a adultos, e cada vez mais a frequência de assistir a televisão diminui com esses novos canais de informação e entretenimento. Outro exemplo são os serviços de música digital, como o Spotify, que fornece milhares online. A diversão de ir até a uma loja comprar um CD ou vinil ficou para colecionadores e saudosos dessa prática. Para quem gosta de moda, os brechós são negócios (na vanguarda) da economia compartilhada. Trocar roupas e acessórios, vender e comprar itens usados, é sem dúvida uma forma de consumo mais consciente.

Pensando agora em comunidades locais de bairro, muitas iniciativas estão aparecendo, como as de aproveitamento de alimentos (conectando supermercados, empreendedores e pessoas de baixa renda), bem como o consumo de orgânicos cultivados em hortas comunitárias. Todo dia é possível conhecer, pela internet, alguém com uma boa ideia para diminuir o consumo desenfreado e principalmente, reduzir o consumo de energia e insumos naturais do planeta. Ao que tudo indica, estamos redescobrindo novas formas de ser e existir em comunidade e caminhando com boas intenções.

Brasiliense, turismóloga, blogueira, mulher medicina, admiradora das brincadeiras populares e dos simbolismos étnicos. Sol e lua em sagitário, adora banana, cachoeiras, rios e mar. Não viaja sem seus óleos essenciais, não recusa um convite para dançar e acredita que o abraço cura.

3 COMENTÁRIOS

  1. Que legal o post! Eu sempre achei que a economia compartilhada é a economia do futuro. Não conhecia o coworking. Como funciona esse ambiente no Google? É pra qualquer um que se interessa no assunto?

    Parabéns pelo post

    Abraços

    • Olá Guilherme, eu recomendo muito! Trabalhava somente em home office e adotei totalmente a vida coworker. Mudou bastante a minha produtividade, fiz parcerias, captei novos trabalhos e amigos. Vale a pena!

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